sexta-feira, 13 de julho de 2012

A sociedade da aprendizagem


A SOCIEDADE DA APRENDIZAGEM

            O texto mostra uma realidade um tanto assustadora e ao mesmo tempo desafiadora para os dias atuais. O professor que antes tinha a tarefa de transmitir conhecimentos sentiu com o tempo a necessidade de atualizar-se, fazer cursos de aperfeiçoamento, trabalhar mais para sobreviver, estudar mais, investir em si próprio. Hoje, o desafio vai alem. Como acompanhar as mudanças da ciência e da técnica, como transformar em conhecimentos a “enxurrada” de informações que os alunos trazem dentro de suas cabeças e que aparecem na internet, na televisão, no radio, etc.
Aí está o paradoxo de que fala o primeiro texto. Quanto mais ferramentas o aluno tem em mãos, menos aprende por si próprio a pensar, raciocinar, criar e interpretar de maneira clara e objetiva  determinadas situações, soluções de problemas etc. o aluno de hoje entra na sala de aula com a cabeça no MP3, no Game, no Orkut, no aparelho de som e, como não consegue ligar nenhum deles, se desliga da aula.
            Um dos pontos mais importante  e talvez o mais difícil e desafiador do ensino  nos dias de hoje, é o incentivo à criação e elaboração de textos com interpretação própria. As ferramentas tecnológicas devem servir de base para a criação, planilha de cálculos, por exemplo, pode ser usada para um trabalho de matemática onde o aluno com dados estatísticos pode criar fórmulas e gráficos. Um editor de textos pode ser usado para a criação de um jornal com noticias e informações sobre o conteúdo de uma disciplina. O importante ao utilizarmos recursos de informática na sala de aula, é não transformar a maquina na principal figura educacional. Professores e alunos devem ser os personagens que irão usar a criatividade, o raciocínio e as atitudes ativas para a produção do conhecimento, pois, somente desta forma o aluno estará sendo preparando para o mercado de trabalho e o exercício da cidadania.
            A tarefa do professor de hoje é muito complexa e vai muito alem do ensinar. O professor Antonio Nóvoa, em sua entrevista coloca muito bem quando diz: “a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em saber para que ela quer a escola. A escola foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante muito tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem por vezes dificuldade em ter uma clareza, uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola”.
            Em resumo, a escola precisa de mudanças urgentes para não se tornar uma instituição dispensável. Mudanças de caráter teórico e prático, mudanças que vão muito alem da estrutura, do espaço físico e das condições de trabalho. Se as famílias e a sociedade continuarem esperando que escola resolva todos os problemas de aprendizagem, esperando receber dela indivíduos prontos, preparados para o mercado de trabalho e para a cidadania,  estarão indo na contramão do processo. Preparando sujeitos cada vez mais  antiquados e profissionais despreparados para os desafios e as mudanças que a sociedade requer.
          


 Autoria : Jandir Fransozi

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