Conceituando
Hipertexto
“A
própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em saber para que ela quer a
escola. A escola foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um
fator de promoção social durante muito tempo e agora deixou de ser. E a própria
sociedade tem por vezes dificuldade em ter uma clareza, uma coerência sobre
quais devem ser os objetivos da escola”.
O texto acima, tirado
do professor Antonio Nóvoa, expressa o verdadeiro paradoxo pelo qual vive a
educação brasileira atual. O aluno quer aprender, os pais querem ver os filhos
formados, a sociedade quer e exige cada vez mais pessoas preparadas e
qualificadas, as Instituições e os governos oferecem cada vez mais tempo e
condições técnicas para os alunos buscarem informações, enquanto este por sua
vez aprende cada vez menos. Não é de hoje que se ouve e se discute a falta de
profissionais qualificados para o mercado de trabalho, os fracassos em
concursos e vestibulares em todo o país. Isto tudo dá uma dimensão exata dos
níveis da educação brasileira e sobre
todo o processo ensino-aprendizagem.
Outro ponto que me chamou a atenção do autor Antonio
Nóvoa (pag. 65) é o que trata especificamente do professor: “O professor não é, hoje em dia, um mero
transmissor de conhecimentos, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha
no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens
via novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais”.
De fato, o desafio do
professor é tornar as aulas atrativas, fazendo o aluno perceber que está realizando
algo bastante sério, porém prazeroso e onde pode estar em jogo seu próprio
futuro. Neste sentido, a internet é uma ferramenta interessante e indispensável no processo de ensino. Mas,
ela precisa ser utilizada de maneira correta para não se tornar mais um obstáculo
a ser superado pelo professor e pelo aluno. O aluno precisa encontrar sentido
naquilo que está fazendo, precisa reconhecer sua própria autoria naquilo que
esta produzindo em grupo ou individualmente por meio de questões investigadas
por ele mesmo. Cabe ao educador também fazer o aluno sentir-se parte, isto é,
sujeito do processo, e saber que a educação se dá ao longo de toda a vida, para
que o mesmo não veja na mesma um projeto pronto, acabado e restrito a própria escola.